O banho dos ricos.
Se eu algum dia tive a pretensão (sinceramente não me lembro) de ser suficentemente interessante (é só isso que é preciso, não é?) para aparecer nas revistas, hoje perdi-a.
Não nego que ouvi falar das fotografias que Cinha e su hija tinham tirado para a GQ. Mas devo dizer, com toda a franqueza, que só tinha visto aquela que saiu na capa. E vi-a num outdoor qualquer de Lisboa.
Esta noite, alguém teve a amabilidade de me enviar um e-mail com algumas (se calhar todas, não sei) das imagens. Estão muito bem, muito giras, muito sexy e muito artísticas. Depreendo que o fotógrafo é competente.
Porém, tenho de confessar que deitaram por terra o meu sonho de alguma vez vir a pertencer ao "jet-seven". Vi logo que elas são de outro nível e que jamais o alcançarei, porque há princípios e hábitos que prezo, e tenho muitas dúvidas quanto a conseguir abandoná-los. Passo a enumerar:
(i) o tapete da minha casa-de-banho tem de ser liso. Persas e de Arraiolos são para outras assoalhadas;
(ii) a minha mãe (ou seja quem for) não pode estar presente na casa-de-banho, nem quando lavo os dentes. O espaço é pequeno e eu gosto de me mexer à vontade;
(iii) a minha mãe também não pode andar com uma combinação do tempo da Guerra de 14. Se tiver que usar alguma, oxalá não, que seja minimamente moderna;
(iv) a minha banheira tem de ter cortinado ou vidro. Caso contrário tenho demasiado trabalho a limpar as poças que ficam no chão depois do duche. E ter trabalho é coisa que não me agrada.
Por último, e foi aqui que eu percebi, efectivamente, que por mais sangue azul que tenha, por melhores maneiras que aprenda com a "Totone" e por muitas "tias" que arranje...
(v) eu só tomo banho completamente despida. Porque de cuecas, soutien e camisa não me dá jeito absolutamente nenhum.
Por tudo isto, só me resta reconhecer e lamentar que não estou - e provavelmente nunca estarei - à altura das ilustres Jardinhas e quejandas.
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